sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sabiá da Mata...


Este é o Sabiá da Mata, não conheço muito sobre pássaros, mas minha avó disse que é um sabiá da mata. Na varanda da casa dela tem um pássaro igual a esse. Fiquei triste quando o vi engaiolado, disse a minha avó que ninguém tem o direito de tirar a liberdade de nenhum ser, principalmente quando é para o seu próprio deleite, disse que isso é egoísmo, engaiolá-lo para que ele cante para uma só pessoa, para uns poucos vizinhos ouvirem, quando ele poderia cantar aos quatro ventos, aliviando as dores do mundo com uma melodia tenra e doce, inocente como o sorriso de uma criança de colo. Minha mãe me fez ver que fui cruel com minha avó, uma velhinha viúva, que passa suas horas do dia limpando a gaiola, sentada em sua cadeira de balanço e ouvindo o sabiá cantar... Não posso endender o que senti, de um lado o amor pela minha avó, do outro a sede de justiça por um inocente sem liberdade... Mundo estranho, situações avessas, minh'alma não sabe o que é certo, mas de uma coisa eu sei, quando canto para o pássaro ele presta atenção à minha voz e quando eu fico em silêncio ele canta, como se me chamasse a cantar de novo... mundo lindo, perfeição, um encontro e seres divinos, de criações do Todo Poderoso, num momento terreno, de aprendizado, de conflitos e dúvidas.

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